7 lições do Vale do Silício para Startups Brasileiras

A história de um lugar, localizado na Califórnia, mais precisamente na Baía de São Francisco, chama a atenção por englobar as maiores empresas do mundo. Há algumas lições do Vale do Silício, que podem ser muito úteis para os empreendedores e startups brasileiras.

Foi realizada uma pesquisa pela Endeavor sobre como o Vale do Silício se tornou o que é. Na década de 1950, a região São Francisco não era o polo tecnológico como é considerado hoje.

O Silicon Valley (Vale do Silício) teve início aproximadamente em 1955, quando William Shockley, Prêmio Nobel de Física e pesquisador no campo de semicondutores (chips), retornou ao interior da região de São Francisco, de volta às raízes onde havia passado toda a sua infância.

Shockley, que era famoso internacionalmente, usou de seu prestígio na recruta de talentos. Oito pesquisadores da mesma área de semicondutores foram chamados para trabalhar com ele, vindos das regiões de Nova Iorque e Boston, que eram consideradas os principais polos de tecnologia da época.

Por que o Vale do Silício? Esse nome está relacionado à localização geográfica do local, que remete ao formato de um vale, já silício, se refere à matéria-prima Silício, essencial para a produção dos chips e circuitos.

A empresa de Shockley não vingou, mas aqueles oito empreendedores não voltaram para casa, lá, eles conheceram um investidor nova iorquino e foi assim que surgiu a Fairchild Semiconductor. Depois de pouco tempo, esses empreendedores utilizaram os contatos desse investidor e aconteceu a primeira venda para a gigante empresa IBM e para o programa militar do Governo dos Estados Unidos.

No terceiro ano, a Fairchild já faturava US$ 20 milhões, se tornando uma das maiores empresas da área industrial. Nove anos depois do surgimento, a empresa já faturava US$ 90 milhões e gerava 4.000 empregos.

O consultor, Adriano Nodari, considera a história do Vale do Silício como um dos cases mais inspiradores para empreendedores que desejam decolar no mercado:

“Na primeira quebra, esses oito empreendedores não desistiram, acho que essa história de sucesso da Fairchild começa por essa atitude. Ninguém também se abalou por São Francisco estar longe de ser o polo tecnológico dos Estados Unidos. Foi criada nessa região uma startup, um termo que sequer existia naquele tempo. Esses empreendedores foram muito visionários.”

Muitos negócios foram surgindo dentro da Fairchild, grande parte deles, apoiados pelos fundadores da empresa, que também aconselhavam esses negócios ou investiam nesses novos empreendimentos. Atualmente, 70% das empresas do Vale do Silício com capital aberto na Bolsa de Valores têm ou tiveram alguma ligação com a gigante Fairchild, e essas empresas faturam o equivalente a US$ 1,8 trilhões e geram aproximadamente 800 mil empregos.

7 lições do Vale do Silício para as Startups brasileiras

A história do Vale do Silício sempre surpreende. Esse ‘reino’ tecnológico que engloba algumas cidades como: San José, Santa Clara, Palo Alto, Campbell, Cupertino, Union City, Fremont, Montain Views, entre outras, tem sempre muitas lições a deixar.

Confira as principais lições do Vale do Silício, desse ‘jeito americano’ de empreender, segundo Adriano Nodari:

1. Grandes empresas podem surgir de lugares inesperados

A Bay Area, região ao redor de São Francisco, não tinha dinheiro, tampouco recursos de talento e pesquisas para ser uma área para a instalação de companhias. Estes eram desafios que não foram capazes de barrar oito jovens empreendedores.

2. Pensamento global

“Principalmente aqui no Brasil, o empreendedor é orientado a ser cauteloso e a pensar no crescimento, primeiramente nacional. Acredito que se deve pensar em um nível global desde o primeiro momento. Queira ganhar o mundo”, orienta Nodari.

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3. Erros devem ser superados imediatamente

O negócio com Shockley não deu certo. Aqueles empreendedores não desistiram e procuraram uma oportunidade para fazer dar certo. Ao primeiro erro, aprenda imediatamente e siga em frente.

4. O ‘clichê’ saia da zona de conforto

Correr riscos no mundo dos negócios é sempre bem-visto pelos americanos. É claro que sair na zona de conforto coloca o empreendedor em um lugar de riscos. “Ao invés de pensar no que pode dar errado, deve-se pensar nas muitas possibilidades de que o negócio dê certo”, acredita o consultor.

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5. Crie produtos mínimos viáveis

Steve Blank é considerado o guru das startups e acredita na importância de que se testem os protótipos direto com o cliente, porque um produto sendo validado pelo cliente vale sempre muito mais do que muitas páginas em um Plano de Negócios. Você acha arriscado? Esse é o jeito americano.

6. Cultura empreendedora

Na Universidade Stanford, os alunos são orientados a empreender desde o primeiro dia de aula e não são preparados para serem empregados de grandes corporações. São preparados para criarem empreendimentos de sucesso no mercado.

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7. Compartilhe conhecimento

Embora muito objetivos em suas conversas no dia a dia, os empreendedores que convivem no Vale Silício têm uma característica em comum: compartilham conhecimento (gratuitamente). Existe algo conhecido como ‘ecossistema de empreendedores’ e esse ecossistema só se mantém quando se compartilha o que sabe. Isso traz maturidade e fomenta novos empreendimentos.

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