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Todo ser humano idealiza um futuro brilhante, mesmo sabendo que o destino é a morte. No entanto, a idealização na carreira é necessária para sentir-se vivo e ter um motivo para entrar em ação, ou seja, ter “motivação”. No desenvolvimento profissional qualquer indivíduo depara-se com três situações diferentes.

A primeira situação é conseguir uma oportunidade para o trabalho dos sonhos, porém, o indivíduo ainda não está preparado e não tem competência para agarrar a oportunidade. A segunda situação é aquela em que o indivíduo está preparado, é formado e extremamente competente, mas não consegue uma oportunidade para utilizar o seu talento estrategicamente e alavancar a carreira. Já a terceira situação que é a ideal, dificilmente acontece. Nela, o indivíduo é extremamente competente, está preparado para desempenhar o papel da melhor forma possível e surge a oportunidade ideal para o trabalho tão esperado.

Eu mesmo passei pela primeira e pela segunda situação inúmeras vezes sem alavancar a minha carreira. Porém, foi a terceira situação que contribuiu significativamente com a minha carreira. A partir do momento que eu escolhi dedicar a minha energia para a preparação, a oportunidade foi ficando mais clara e mais fácil de ser abraçada.

Pergunte-se agora: Você tem se preparado o suficiente para alavancar a sua carreira e conseguir o trabalho dos sonhos? Será que existe o trabalho dos sonhos? Vamos ser realistas e saber que o trabalho dos sonhos só existe quando fazemos o que gostamos ou aprendemos a gostar do que fazemos.

O filósofo e moralista, Confúcio (551-479 a.C.), desde a infância teve de ser mestre de si mesmo e perceber a importância da preparação para uma jornada de desenvolvimento. Filho de uma família nobre que se viu arruinada em tempos difíceis, Confúcio ficou órfão quando menino. Pobre demais para bancar uma educação formal, estudou sozinho os clássicos chineses – principalmente o I ching (Livro das Mutações – um dos textos chineses mais antigos), sobre o qual escreveu um extenso comentário – e, aos 20 e poucos anos, passou a dar aulas particulares aos filhos da nobreza local.

Seu talento foi muito elogiado, mas a honestidade inflexível e as maneiras francas não o ajudaram a conseguir um emprego como ministro na Corte, o destino habitual de jovens inteligentes como ele. Mas Confúcio suportou as decepções profissionais com equanimidade. Na verdade, ele fez dessa atitude um dos princípios centrais da sua filosofia:

“Não me preocupa não ter um lugar, preocupa-me como posso preparar-me para um lugar. Não me preocupa não ser conhecido, procuro ser digno de ser conhecido.”

Apesar de nunca ter alcançado um cargo no governo, Confúcio atraiu muitos seguidores dedicados. Como aspirante a ministro, ele foi um fracasso completo. Mas como filósofo moral, ele é incomparável na história chinesa. Para Confúcio, fazer o bem significa ser bom. A maior virtude é a sinceridade e o maior sábio se torna o maior líder:

“Ele age antes de falar e, depois, fala de acordo com suas ações.”

O indivíduo que enxerga a preparação como o emprego dos sonhos é aquele que alavancará a sua carreira para atingir resultados extraordinários. Pode demorar para você ser reconhecido, entretanto, faça o que precisa ser feito. Prepare-se!

Quando já passara dos 50 anos, Confúcio deixou a casa e passou os dez anos seguintes percorrendo a China, à procura de um soberano que colocasse em prática as suas idéias. Viajou de corte em corte, de feudo em feudo, mas nunca o encontrou. Levaria mais trezentos anos até os dirigentes da China começarem a procurar os seus ensinamentos. Apesar das muitas recusas e decepções, Confúcio sempre praticou o que pregava e sua busca obstinada, nos últimos anos de vida, é prova de uma das suas maiores filosofias:

“O comandante das forças de um grande Estado pode ser levado embora, mas a vontade mesmo de um homem comum não lhe pode ser tirada.”

Será que ele imaginava que os seus ensinamentos estariam milênios depois contribuindo com o desenvolvimento humano e das organizações? Pois é, isso está acontecendo.

Prepare-se, mais cedo ou mais tarde você vai brilhar.

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Carlos Cruz é fundador e diretor do Instituto Brasileiro de Vendas (IBVendas), primeira instituição no país a dedicar-se à formação de profissionais de vendas e que preenche a lacuna deixada pela inexistência de universidades destinadas exclusivamente à carreira de vendedor. O especialista possui formação específica em Gestão de Planejamento Financeiro, Administração de Empresas, MBA em Gestão Empresarial pela FIA, formação em Dinâmica dos Grupos pela SBDG (Sociedade Brasileira de Dinâmica dos Grupos), certificação internacional em Coaching pelo ICI - Integrated Coach Institute e pela Lambent do Brasil, sendo membro da International Coaching Community. É Master Practitioner em Programação Neurolinguística e estudou a Hipnose aplicada na Comunicação Corporativa com Sttephen Paul Adler do Instituto Milton Erickson de New York. Participou do Executive Development Programs com foco em Liderança e Mudança na Business School São Paulo for International Management e do Grupo Dirigido de Psicodinâmica Aplicada a Negócios.