Vamos a quarta parte de Adam’s Óbvio. Se chegou agora, leia as postagens anteriores:

Adams Óbvio, usando o bom senso – Parte 1
Adams Óbvio, usando o bom senso – Parte 2
Adams Óbvio, usando o bom senso – Parte 3

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Alguns meses mais tarde, houve uma reunião muito importante, na sala da diretoria da agência Oswald.

Os executivos da Monarch Hat Company estavam fechados com o Presidente e com o Redator Chefe. Conversas, relatórios de vendas, charutos foram consumidos – durante quase três horas. Aparentemente, a Monarch Hat Company tinha duas lojas de varejo numa grande cidade do sul. Uma delas dava lucro, enquanto a outra ficava sempre para trás. Eles não queriam abandonar nenhuma das duas lojas, porque a cidade era grande e podia absorvê-las. Mas a companhia não podia se dar ao luxo de continuar perdendo dinheiro. Já havia investido milhares de dólares numa campanha de propaganda – que fez a loja que ia bem ir melhor – mas não conseguia fazer a loja perdedora sair do vermelho. alguma coisa tinha de ser feita, e depressa.

A reunião estendeu-se até a hora do almoço, sem solução. Todos os planos sugeridos ou já haviam sido testados ou eram impraticáveis.

“Bem senhores”, disse o Sr. Oswald finalmente. “passamos três horas falando o que deveremos fazer. Entretanto minha primeira preocupação é tentar saber o que está acontecendo realmente. Concordam em me dar duas semanas para descobrir isso ? Depois marcamos outra reunião ?”

Todos estavam com fome, já sem energia para falar; sim, todos concordaram.

“Qual é a sua idéia ?”, perguntou o Chefe da Redação depois que todo mundo foi embora.

O Sr. Oswald olhou para ele bem sério.

“Howland, eu vou correr o risco. Se eu tivesse tempo sobrando eu mesmo iria investigar, mas não posso. O pessoal da Monarch não deve jamais saber disso mas vou mandar um rapaz até lá e ver se ele descobre o que está realmente ocorrendo.”

“Você não quer dizer…”

“Sim. Vamos mandar o jovem Adams. Tenho uma leve desconfiança de que há algo obviamente errado naquela situação. Algo que não tem nada a ver com relatórios de vendas ou giro de estoque. Se houver, vou apostar que aquele jovem, simples e rotineiro, vai saber detectar. ‘Óbvio’ parece ser o seu sobrenome. Talvez eu seja um bobo, mas vou tentar.”

“Adams” disse o Presidente, quando o jovem ficou de pé diante dele, “a Monarch Hat Company tem duas lojas… uma delas dá lucro, a outra, não.”

“Gostaria que você fosse até lá tentar saber – sem fazer perguntas – qual das lojas dá prejuízo. Aí, quero que você descubra por quê. Pegue algum dinheiro no caixa e vá amanhã de manhã. Volte quando estiver razoavelmente certo da resposta.”

Adams foi. Quando chegou à cidade, registrou-se num hotel e deixou sua mala. Vinte minutos mais tarde já havia achado uma das lojas, localizada na esquina de duas ruas importantes, com entrada imponente e vitrine para as duas ruas.

Adams encontrou a outra loja 45 minutos mais tarde, na rua do Mercado, a principal rua do comércio varejista. Era também localizada numa esquina. Mas Adams ficou surpreso quando se deu conta de que já havia passado por ela umas três vezes antes de localizar a loja.

Adams parou do outro lado da rua, observando. A loja tinha uma frente pequena, na rua do Mercado, mais uma enorme vitrina que dava para uma pequena travessa lateral. Adams ficou pensando. A dificuldade de localizar a loja chamou sua atenção. Se eles investissem em propaganda, os benefícios iriam para a outra loja, por causa de sua localização privilegiada, embora não ficasse na rua do Mercado.

Sim, ele tinha certeza que estava diante da loja que dava prejuízo. Ficando ali, observando, começou a notar que os pedestres subiam mais do que desciam por aquele lado da rua. À medida que se aproximavam da loja, tinham de olhar para a frente, atentos aos sinais do policial para atravessar a pequena rua transversal. Quando isso acontecia, ficavam de costas para a vitrine lateral. Nem mesmo as pessoas que desciam pelo mesmo lado da rua tinham uma boa visão daquela vitrine, pois vinham mais perto do meio-fio, com uma pequena multidão entre eles e a loja.

Contou o número de transeuntes em períodos de cinco minutos; descobriu que o número de pessoas subindo por aquele lado da rua era quase 50% maior do que o número das que desciam.

Então, ele contou os que passavam do outro lado e concluiu que o número de pessoas que desciam por aquele lado era quase 50% maior. Evidentemente, aquela loja estava pagando por aquela grande vitrine lateral um aluguel maior do que deveria. E ali, na rua do Mercado, o aluguel deveria ser pesadíssimo. As pessoas não viam a loja; era mesmo difícil localizá-la.

Àquela noite, no hotel, ele pensou, riscou, fez diagramas. Sua tese parecia correta; ele tinha certeza dela. No dia seguinte, continuou a estudar a situação e conseguiu obter do gerente da loja alguns dados de vendas e preço do aluguel. No fim do dia, pegou o trem de volta a New York.

Alguns meses depois, assim que o contrato de locação expirou, a loja mudou de endereço. Adams tinha resolvido o dilema. Era realmente muito simples – quando se conhecia a resposta.

“Esta é a obviedade de Adams, na qual apostei. Ele não de deixa desviar dos fatos; ele os olha objetivamente, de frente, e aí os analisa, e isto é vencer metade da guerra.” Assim falou o Sr.Oswald para o Chefe da Redação.

Este foi o começo de uma série de acontecimentos que fizeram Adams subir até o ponto de possuir ações da agência. Nada de espetacular acontecera em caso algum. Era a simples análise da situação e o elementar bom senso para fazer um planejamento adequado.

Continua…